Graças a uma gigantesca e faminta indústria de peças de reposição focada nas últimas tendências de mercado, reconstruir um carro, seja clássico ou super hi tech, pode estar a um catálogo de distância. Muitas pessoas gostariam de ter carros diferentes dos apresentados nesta edição. Isso primeiramente exige um bom conhecimento, imaginação e habilidade na construção para finalizá-los.
Quando o projeto não é baseado apenas no visual ou no estilo mas também no desempenho, são necessárias algumas prateleiras de peças de reposição.
Há pouco mais de dez anos, comprar peças de reposição para um projeto em que a performance e o visual tivessem um mesmo peso era uma coisa que nem os maiores customizadores poderiam imaginar, até para o mais comum dos Muscle Cars. Muitas das peças direcionadas a um ano e modelo em particular eram única e exclusivamente para a restauração, e não desenvolvidas para desempenho. Então, para montar um completo carro Pro Touring, eram necessários uma equipada oficina e um construtor com conhecimentos avançados de preparação e habilidade na fabricação de chassi. Hoje, a realidade é bem diferente!
Estamos vivenciando um momento em que praticamente qualquer coisa que você queira para seu projeto poderá ser pedida pelo correio, pronta para instalar e, em muitos casos, pode ser desenvolvida sob medida para as suas necessidades.
Na vanguarda dessa revolução, algumas empresas desenvolvem várias peças de reposição, principalmente de funilaria. Entre esses carros felizardos, estão as primeiras gerações dos Chevy Camaro, com uma incrível quantia de equipamentos supersofisticados disponíveis no mercado. Se por acaso você tiver a carroceria de um Camaro anos 67 a 69, é relativamente simples montar um Pro Touring de ponta em sua garagem com o mínimo de trabalho de fabricação.
TOP CASEIRO
O exemplar que ilustra esta matéria conhecido como Fuel, é um ótimo exemplo das variações que o mercado de peças de reposição e performance oferece hoje em dia. Este carro foi construído pelos profissionais da G-Force Design Concepts (www.gforcedesignconcepts.com), e esse projetoalcançou um nível de qualidade que dificilmente será igualado. Mas vamos além do detalhadíssimo trabalho de funilaria e de um criterioso processo de pintura e partiremos para checar o que este belo carro tem por baixo.
Como alguns apaixonados construtores que estão no ramo dos Hot Rods há alguns anos, a equipe da G-Force vem constantemente evoluindo em seus projetos. Devido à grande responsabilidade gerada pelo Mustang Fastback 1965, conhecido como Quicksilver, chegou a hora de produzir uma nova estrela. O carro escolhido não poderia ser melhor: um Camaro projetado para combinar com o modelo anterior. O problema é que, atualmente, nos Estados Unidos, é praticamente impossível construir um Camaro 1969 que se destaque na multidão, pois, na teoria, quase tudo já foi feito com eles.
Logo, a resposta não era exceder outras oficinas com equipamentos que chamassem a atenção, mas sim construir um carro que seja um Pro Touring de destaque quando o assunto é suspensão e desempenho.
A equipe de desenvolvimento evitou o atual brilhante e chamativo estilo “cheguei”, comum em alguns veículos apresentados nos últimos tempos, e decidiu utilizar um design mais sutil e elegante. O que eles fizeram aqui foi um Camaro 1969 que ostenta o visual correto, sem que fosse necessário reinventar um carro para isso. Entretanto, o dramático impacto visual que o carro terminado mostra é realmente uma receita bastante básica.
Na carroceria, a equipe da G-Force escolheu contar com a força original das linhas do Camaro. Então, eles simplesmente removeram a tinta e fizeram alguns ajustes e reparos de funilaria. Com a carroceria do Camaro RS 69 perfeita e o subchassi alinhado e limpo, acrescentaram-se camadas de tinta preta para a finalização do visual.
TRANSFORMAÇÃO CONSTANTE
Para a transformação do carro em um Pro Touring, a G-Force foi atrás do anteriormente mencionado mercado em ampla expansão para peças da primeira geração de Camaro, e escolheu componentes de chassi e conjunto motriz que necessitaram de pequenos ajustes na carroceria original. Sem precisar comprometer suas metas, a equipe da G-Force criou um Pro Touring que tem poucas peças feitas exclusivamente para ele.
Isso mesmo – algumas peças relacionadas ao chassi nessa construção foram pedidas de acordo com as especificações da empresa, pintada de forma que combinasse com o carro e depois parafusada no lugar. As duas exceções são os tirantes traseiros, soldados de fabricação da Detroit Speed and Engineering, que ajudam a acomodar os gigantes pneus 335/30, e a gaiola de proteção interna, customizada e produzida em cromo molibdênio.
O potente motor LS2, o mesmo que equipa o Corvette, customizado pela Texas Speed, precisou de um pouco mais de trabalho, requerendo até mesmo a fabricação de coxins customizados. Os suportes de motor e o reservatório de óleo foram as modificações necessárias. Para todo o restante do projeto, foram utilizadas peças de instalação rápida, e a transmissão necessitou de um agregado da ATS para ser instalado. Sem uma luta desnecessária para modificar o sistema de injeção original GM e o chicote elétrico da central eletrônica, a G-Force utilizou um chicote da Speartech especificamente desenvolvido para as primeiras gerações do Camaro. Essencialmente, toda a modernidade de alto desempenho do conjunto motriz foi do modelo de montagem direta (somente parafusar).
DESTAQUE DE PRODUÇÃO
O que a G-Force criou com o Fuel foi um Pro Touring top de linha e que não será difícil para a maioria dos aficionados por Hot Rods reproduzirem, e a empresa o fez sem querer torná-lo fantástico, mas com sabedoria. E mais: em conjunto com a facilidade de repor as peças utilizadas na construção, este carro pode ser utilizado e exigido ao máximo sem medo. Se algo quebrar, a peça de reposição não precisa ser fabricada especialmente para ele – basta uma ligação e um cartão de crédito para solucionar o problema.
Isso representa um novo passo à frente para os carros customizados
e talvez crie uma pequena ansiedade para já sair dirigindo, o que, de certo modo, não aconteceu com a G-Force, tendo a certeza de poder levá-lo para a longa viagem de encontro com o evento Power Tour apenas uma semana após ter sido terminado. O carro percorreu os mais de 1.600 km sem nenhum problema mais grave do que uma perda de pressão de óleo no sensor e um pequeno ajuste de embreagem na última semana do evento.
Mas, antes de você pegar seu celular e cartão de crédito ou refinanciar algum bem, um ponto importante deve ser levado em consideração: mesmo o Fuel sendo um carro com peças parafusadas, ele é também um produto feito por profissionais que constroem carros de milhares de dólares em seu negócio e sabem as variáveis de se montar um carro com o acabamento e ajustes ideais.
Não pense que só por que você pode pedir as mesmas peças vai atingir o mesmo nível de acabamento, que, claro, depende de seus conhecimentos e aptidões. Mas, de acordo com o que vemos nesse projeto, leva tempo e conhecimento colocar todas as peças funcionando em harmonia e criar um carro com um visual de deixar qualquer um de boca aberta. Mas haverá muita diversão esperando assim que seu projeto estiver pronto.
CHEVROLET CAMARO RS 69

MOTOR
Montado pela Texas Speed, o motor é baseado em um LS2 2005 com virabrequim Eagle e deslocamento de 402 polegadas cúbicas (ci). Pistões Diamond Racing com alívio e taxa de compressão de 11.2:1, cabeçotes PRC Stage 3 trabalhados pela Texas Speed e montados com válvulas 2.08/254. O comando é também da Texas Speed e tem o levantamento de 0.662/0.618 com duração 248/254 e 114 graus de ângulo de separação.
O coletor de admissão Hurricane foi equipado com uma borboleta de 52 mm, desenvolvida na Harrop Engineering (www.harrop.com.au) com um sistema de injeção da Aeromotive que deposita 42 libras/hora através dos injetores FMS.
Potência: 545 cv a 6.200 rpm com 24,8 kgfm de torque a 4.500 rpm.
Transmissão: Tremec T56 de seis velocidades com disco duplo da McLeod enviando toda força ao diferencial de fibra de carbono
Eixo traseiro: diferencial de 9” feito pela Moser Engineering com tração positiva (blocado) e relação 4.10, em pontas de eixo Moser 33
CHASSIS
Monobloco: original do Camaro 69 com um subframe dianteiro da DSE conectado a uma gaiola interna de proteção customizada de 10 pontos de fixação, produzida em cromo molibdênio, para aumentar a rigidez do conjunto.
Suspensão: Four-Link traseiro da DSE com barra Panhard e conjunto de amortecedores coil overs Koni com molas Afco de 200 lb/polegada no lugar do feixe de molas. Bandejas superiores e inferiores tubulares da DSE na suspensão dianteira com coil overs Koni e barra estabilizadora da Hotchkis. Finalizando com uma caixa de direção com relação de 12.7:1 modelo DSE 600 substituindo a caixa original.
Freios: um sistema Hydratech Hydroboost fica encarregado de colocar pressão nas pinças de freio com seis pistões da Baer modelo MonoBlock com discos de 14” nas quatro rodas.
Rodas: High-Dollar HRE 834Rs foram anodizadas em preto nas medidas de 18X8.5 na dianteira com 5.25“ de backspace. Na traseira são rodas de 18X12 com backspace de 5.5”.
Pneus: Pirelli 245/40R18 na dianteira e largos 335/30R18 na traseira
ESTILO
Carroceria: A carroceria original foi toda refeita com o auxílio de uma rotisseire utilizando um kit de minitubos para abrir espaço. Parede de fogo alisada pela DSE, os faróis originais do 69RS se abrem com o auxílio de um novo kit elétrico da DSE. As luzes do pisca dianteiro, laterais e lanternas traseiras, são criação da Márquez Design ().
Pintura: Pintura sólida com verniz em dois estágios da PPG chamada Gloss Black
INTERIOR
Bancos Sparco revestidos por Helman`s Upholstery na cidade de Chambersburg, na Pennsylvania, para combinar com o também revestido painel, painéis de porta e painéis traseiros feitos por Márquez Design.
O sistema de ar condicionado da Vintage Air mantém o interior refrigerado e um sistema anti-incêndio o mantém seguro