Conhecido pela narração das corridas de Fórmula 1 pela Jovem Pan, Cláudio Carsughi era apenas um garoto de 13 anos quando chegou ao Brasil, em 1946, mas aqui fez uma das mais incríveis carreiras em diversos meios de comunicação, incluindo jornais, revistas, rádio e televisão, sendo sua história contada agora no livro “Meus Cinqüenta Anos de Brasil”.


O menino Cláudio Carsughi com seu pai, na Itália, junto ao Citroën
Escrito por Cláudia Carsughi, filha de Cláudio, “Meus Cinqüenta Anos de Brasil” traz a carreira do famoso comunicador de forma leve e interessante. Conta, por exemplo, o modo como Cláudio, quando jovem, providenciou um “defeito” no velho Ford 1937 de seu professor de português, o então desconhecido Jânio da Silva Quadros, cravando uma batata no cano de escapamento do veículo.

Correndo no Autódromo de Interlagos, na década de 50, com sua moto
Fala também de sua amizade com o veterano “barão” Wilson Fittipaldi, sobre o fato de ter testemunhado a vitória de Achille Varzi no Autódromo de Interlagos, do teste que fez com o primeiro Romi Isetta, do Karmann-Ghia de que foi dono (adaptado com motor 1600, sendo que o original era um 1200), de sua época na revista Quatro Rodas e muito mais.

O jornalista e seu Simca envenenado, ainda nos anos 50
Tudo isso sem contar uma impagável entrevista realizada, nos anos 60, com Chico Landi, cuja história tomamos a liberdade de reproduzir: “No lançamento do Gordini a campanha publicitária falava de 40 cavalos de emoção, referindo-se à potência do motor. Por ocasião de um programa na TV Record levamos ao estúdio Chico Landi, que tinha desenvolvido um kit para incrementar a potência do Gordini. À minha pergunta acerca do aumento de potência Landi, sem titubear, respondeu prontamente:

O famoso Karmann-Ghia adaptado com motor 1600
‘Com o kit o motor Gordini chega, no dinamômetro, a 39,9 cavalos, quase 40’. Ai eu emendei a pergunta óbvia:e o motor original, quantos cavalos têm, na verdade? E Landi, com a sinceridade próprias dos técnicos, respondeu que os melhores chegavam a 36 cavalos, mas a maior parte tinha 35 e alguns 34. Eu comecei a dar risada no ar e meu amigo Darcy Reis, preocupado com o reflexo comercial da situação, logo declarou que seu Gordini tinha 40 cavalos, o que aumentou minha diversão, pois o bom Darcy tinha carro de outro modelo e poucos conhecimentos técnicos”.

Entrevistando Emerson Fittipaldi, nos anos 70, para a Rádio Jovem Pan
Naturalmente a obra também comenta a atuação de Carsughi cobrindo jogos de futebol, incluindo ai as Copas do Mundo de 1950 e 1970. Assim, “Meus Cinqüenta Anos de Brasil”, disponível em todas as boas livrarias do Brasil, traduz-se como um documento precioso para todos que tenham interesse no esporte do século XX.
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