O tradicional evento Autoshow, realizado no sambódromo de São Paulo, reuniu, no último dia 26 de abril, boa parte da nata dos Mustang existentes no Brasil. A festa se deu em comemoração ao quadragésimo quinto aniversário do famoso veículo.
A história do Mustang é muito conhecida, mas cabe aqui relembrar alguns de seus aspectos. O carro, uma espécie de esportivo de baixo custo, utilizava componente mecânicos dos Ford Falcon e Fairlane e teve sua produção iniciada em 9 de março de 1964, na fabrica de Dearborn, Michigan. A apresentação do veículo, entretanto, só se deu em 17 de abril do mesmo ano, na Feira Mundial de Nova York.
Vendido pelo preço inicial de US$ 2.368, o carro obteve grande sucesso e logo se tornou em um dos maiores êxitos de toda história da Ford. O Mustang continua em produção até os dias atuais, mas mudou bastante ao logo das décadas, acumulando cinco gerações distintas, respectivamente produzidas entre 1964/73, 1974/78, 1979/93, 1994/04 e, por fim, de 2005 até os dias atuais.
Entre os Mustang que marcaram presença no sambódromo, destacaram-se pela quantidade de carros presentes os modelos de primeira, quarta e quinta geração. O exemplar mais comentado foi, sem sombra de dúvidas, um conversível azul metálico, com estofamento na mesma tonalidade, que ostentava placas brancas do estado da Califórnia. Outro conversível, mas de 1966, polarizou atenções devido sua combinação de cores, bem ao gosto do público brasileiro: carroceria vermelha com estofamento preto.
O hard top mais bonito da noite, sem sombra de dúvidas, foi um Mustang igualmente vermelho, mas com bagageiro na tampa do porta malas e rodas cromadas esportivas, as quais eram um opcional oferecido pela Ford em substituição as rodas normais, também de aço, mas equipadas com calotas. Outro carro do tipo, um modelo 1968 azul metálico, também gerou certa admiração, mas por outros motivos: apesar de contar com a chamada chapa preta, ostentava faróis modernos e belas e atuais rodas de liga leve importadas dos EUA. Do mesmo ano e da mesma cor (embora mais escura) era um reluzente fastback, com calotas e sobrearos originais.
Outro carro raro no Brasil era um modelo Grandé 1973, vermelho com teto de vinil, também com rodas modernas de liga leve e placas pretas. Cabe aqui, portanto, uma explicação: tal mudança, certamente momentânea, se deu pelo fato de que, quase no final do evento, os carros demonstraram toda a potência de seus motores V8 “fritando” os pneus na “passarela do samba”, atividade para a qual, com toda certeza, pneus e rodas originais não seriam os mais adequados. Este era o caso, inclusive, de um modelo de quarta geração vindo de Mogi das Cruzes, SP: o veículo em questão contava com compressor mecânico, também conhecido como supercharger, um raro opcional oferecido pela própria Ford e que aumentava em muito a potência do motor 302 V8.
Como curiosidade houve o desfile da réplica (mas preta e amarela) do Mustang fastback utilizado no remake do filme 60 Segundos, bem como um Mustang de terceira geração que, talvez por ser branco, ganhou o característico luminoso utilizado pelos nossos taxis, o qual foi aplicado em seu teto por algum inspirado piadista. Por fim, igualmente inusitado foi ver, ao lado dos esportivos da Ford, dois Chevrolet Opala imaculadamente restaurados, que tinham até espelhos estrategicamente colocados no chão, para que os visitantes tivessem a possibilidade de observar excelência do trabalho realizado.
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Fotos: Marcello Garcia